A Cura pelo Fogo Interno: As Mãos, O Olhar e A Voz - Parte II

A Cura pelo Fogo Interno: As Mãos, O Olhar e A Voz - Parte II

2. 
Na conferencia de hoje vamos continuar a falar, em níveis muito profundos, do que pode significar neste momento, neste planeta, a energia de Virgem. 
Quando LYS surgiu na nossa consciência, em 1989, o sentimento que existia era como se o futuro quisesse assimilar o passado e o presente ao mesmo tempo. Existiu obviamente um impacto sentimental, afinal uma boa parte do nosso ser continua suspensa entre mundos... 
A possibilidade do encontro e da união como essa parte do nosso ser que, temos vindo a chamar o piloto do Paraíso, a Mónada, é o eixo crucial de toda a existência. 
Um dos impactos que essa partícula Lys produzia era a sensação de futuro, o sentimento do encanto fulminante do futuro vir ao encontro do presente. Na altura perguntamos à guardiã de Lys, Auriahne, o que a palavra Lys significava nos mundos internos, ao que responderam: “Significa simultaneamente fonte e água.” 
Foi-nos dito também que Lys continha o arquétipo síntese do ser humano, que existem arquétipos para todos os aspectos do nosso ser, isto é, cada aspecto do nosso ser é uma espécie de embaixador nesta dimensão, de uma raiz arquetípica guardada noutra dimensão: o nosso coração é o embaixador nesta dimensão de uma raiz noutra dimensão, a nossa mente é a embaixatriz da dimensão mental de uma raiz noutra dimensão, o nosso corpo emocional é uma embaixada da dimensão emocional de uma raiz noutra dimensão. Se nós pudéssemos, de uma forma fenômeno-lógica, seguir até á raiz entraríamos naquilo a que se chama correntes de sustentação do sistema. 
A sede maior do nosso sistema encontra-se em Sírius, é daí que partem as grandes correntes que sustentam o sistema ao qual a Terra pertence. Estas correntes operam no sentido complementar à evolução, elas são o antídoto do processo da natureza. A natureza é vida mas também morte, a natureza é bela mas frequentemente é cega, ela é a nossa irmã e a nossa mãe, é a pele, a superfície de um grande esforço cósmico para se chegar ao Divino. 
Sírius envia em direcção à Terra 12 Raios que são as correntes de sustentação da vida, como véus indescritíveis nos quais os mundos são bordados. Cada mundo é como uma rosa bordada num véu como um ornamento bordado num imenso véu, tecido pelas correntes de sustentação do sistema dos mundos ao qual a Terra pertence. Estas correntes de sustentação têm a sua origem Sírius e Sírius por sua vez é bordado noutro véu que tem a sua origem nos grandes portais para o Paraíso a que chamam Órion. A Terra é um planeta que está bordado num véu que por sua vez está conectado com a relação polar Sírius-Plêiades. 
A Bíblia começa com a referência a um jardim, esse jardim ou realidade edênica é descrito como um círculo com um centro onde existe uma fonte; junto a essa fonte está a Árvore da Vida a partir da qual divergem quatro rios em direcção ao mundo. No final da Bíblia, em vez do círculo, aparece um quadrado que desce sobre a Terra. Este quadrado no ocidente chama Jerusalém Celeste – também contém um centro e no interior está a Árvore da Vida e a ela estão ligados quatro rios, tal como no Jardim do Éden. 
Em ambos os casos a Árvore da Vida está ao pé de uma fonte, só que no caso do Jardim do Éden as correntes estão a sair num movimento divergente em direcção ao mundo e no caso dos rios da Jerusalém Celeste as correntes estão a entrar num movimento de convergência rumo ao centro. O movimento da água é inverso; podemos dizer que a água que sai da fonte junto à árvore, no início do ciclo humano, representa a dádiva da água para os mundos e a água que entra na fonte, no final do ciclo humano, representa o retorno dos mundos ao centro. 
No primeiro jardim existe uma árvore e uma fonte que emana através dos quatro rios e no segundo jardim existe quatro rios que retornam à fonte – representando a potência das nações, a carga psíquica das nações a regressar à sua raiz, a sua fonte. Tanto a fonte como a árvore são quase coincidentes e têm a ver como a palavra raiz – “radix”. 
Entre o Jardim do Éden e a Jerusalém Celeste passa-se todo o ciclo humano, aquilo que Sri Aurobindo chamava “The Human Cicle”. O Jardim do Paraíso, onde se dá o início do ciclo, é o lugar de unidade de todas as coisas ainda não diferenciadas. Isto significa que no interior desse campo, as correntes de sustentação do sistema nas quais o mundo está bordado são mais importantes, tem mais presença do que o próprio mundo. 
É a isto que se chama o estado primordial do ser humano, a consciência Adamica original, na qual as correntes de sustentação do sistema são mais legíveis, mais presentes do que o próprio mundo, do que a corrente sensorial que confirma a materialidade do mundo. 
As correntes de sustentação do sistema, cuja raiz é a fonte de Sírius, sobrepõem-se na experiência da vida, às correntes menores planetárias – aas correntes de Gaia, as correntes dos sentidos, as correntes dos ciclos humanos, do espaço e do tempo – sobrepõem-se porque são mais fortes. É essa força maior que representa a saída, o movimento divergente da água da Árvore da Vida, a partir das quatro direcções em direcção a todo o planeta. Este imenso véu de uma luz branco cristalino, no qual o planeta está bordado e no qual estão inscritas as correntes de sustentação da vida, é aquilo a que se chama o éter primordial ou a Virgem. 
A evolução humana e terrestre representa a passagem deste jardim circular, no início do ciclo – que tem como principal alegoria elementos botânicos como plantas, sementes, frutos – para a condição da consciência do ser no fim do ciclo, a Jerusalém Celeste, que é cúbica e tem como principal alegoria os minerais topázios, diamantes, ouro, ametistas, rubis... Então tempos este círculo botânico de onde a água sai e depois o quadrado mineral para onde a água retorna. Podemos dizer que no início, na condição adâmica original o véu predomina sobre o bordado. 
Durante todo o ciclo humano as correntes que saem do Jardim do Éden levam o homem a explorar o bordado e a conhecer todos os seus estados; este é o processo histórico e cultural ligado ao movimento divergente das águas para fora do Paraíso. A Jerusalém Celeste corresponde ao processo de retorno, o movimento convergente das águas em direcção ao centro. 
Estamos a falar da energia de Peixes e de Virgem, simbolizados por um cubo que representa ambas as energias perfeitamente fundidas: Peixes, a energia da unidade e Virgem, a energia da precisão; precisão que em espiritualidade se chama pureza. Depois de cumprido todo o ciclo humano, a precisão faz todo o sentido pois é o resultado e a condição indispensável para a construção do vaso ou do cálice de recepção que poderá ancorar a Cidade Celeste. 

“Era uma vez uma Virgem ou uma Deusa branca completa em si mesma e absolutamente transparente. Esta deusa vivia em comunhão com o seu habitat interior e exterior, que pode ser visto como a montanha branca. Na base desta montanha existia uma imensa floresta e para além desta, estava o desconhecido. A Deusa continha os códigos de toda a criação, de todas as possibilidades, ela é primordial pois está no início da história. 

Há um momento em que a Deusa sente necessidade de se doar, mas não sabe a quê, nem como. A sua primeira reacção é começar aos poucos a descer a montanha até á orla interior da floresta, no entanto, quando tenta atravessá-la não consegue. Ela vai tentando por vários caminhos mas não consegue e nesse momento descobre que na passagem para o exterior existem quatro caminhos que vão dar para além da floresta. Neste momento, interroga-se: “Eu estou aqui nesta montanha e busco a forma através da qual me posso doar?” e uma voz dentro de si responde, “Tens quatro caminhos, tens que te dividir em quatro e no entanto permanecer uma, cada uma das tuas divisões vai percorrer cada um dos caminhos, mas tu mesma agora não os podes atravessar.”. 

Então esta Deusa branca, Lux Aeterna, concentra-se e divide-se em quatro deusas e cada uma delas começa a entrar na floresta, emanando uma cor: vermelho, verde água, azul água e dourado. No entanto, a Deusa Mãe permanece do lado de dentro dos quatro caminhos e tem a estranha experiência de passagem do Um ao quatro. À medida que as deusas avançam, tornam-se cada vez mais poderosas; cada uma delas vai-se tornando cada vez mais absoluta dentro da sua existência fragmentada. No momento em que cada uma chega à orla da floresta e vê o mundo e pode começar a criar vida. 

A primeira deusa que se diferenciou foi a Deusa do Fogo, depois a Deusa do Ar, depois a Deusa da Água e finalmente a Deusa da Terra – todas elas são aspectos da Deusa mãe, que ficou na montanha Branca. Estas deusas são quatro grandes correntes de força que permitem a existência da psique humana e da alma individual. Se não houvesse esta diferenciação da força divina em quatro, não podia haver consciência e existência humana. 

Estas deusas começam a criar e a nutrir toda a Criação combinado-se entre si gerando formas e seres. A Deusa dourada, que corresponde ao elemento fogo, é a deusa do entusiasmo, da irredutibilidade da fé, da criatividade, do brilho, da genialidade e do riso cósmico. A Deusa azul, elemento ar, guarda o movimento, as ligações, as articulações, as adaptações e a compreensão. A Deusa da água guarda o desejo, a possibilidade de ligar à Terra, é a força do desejo de vida sem a qual a Terra não se ligava às outras duas nem as outras duas à Terra. A Deusa da Terra é a deusa da forma, da materialização. 

Estas quatro deusas depois de se afastarem muito da floresta começam gradualmente a entrar em amnésia, esquecendo-se gradualmente da Deusa branca, a Deusa mãe. À medida que este esquecimento acontece as coisas começam a ficar complicadas e confusas pois começam a conter mais elementais do mundo que vieram nutrir, do que energia Una da origem. Deste processo resulta uma Terra suja, uma água turva, um ar desassossegado, irriquieto e ansioso, e um fogo que já não sabe o que veio nutrir nem porque está a arder. Até que há um momento em que estas deusas sentem que se continuarem esquecidas vão acabar por se destruir a si próprias, perdendo não só a sua Origem como também o motivo e o gozo da Criação. A partir de certa altura, torna-se absolutamente essencial que reencontrem o caminho para a floresta e assim que esse caminho de retorno acontece, surge uma coisa maravilhosa: começam a ficar cada vez mais transparentes, mais puras, mais límpidas. 

Ao fazerem o caminho de volta à origem para se alimentarem, para se nutrirem, as suas cores, vermelho, azul, verde e dourado começam gradualmente a ficar translucidas. Essa transparência, a pureza original, não pertence a nenhum dos quatro elementos, ela é guardada pela quinta-essência, que é também a primeira: o éter primordial. É isto que significa a energia de Virgem, a pureza é aquilo que a quinta-essência dá às quatro sem as destruir nem dissipar, mas misturando-se com elas, tornando-as transparentes – a quinta-essência é o elemento de permeabilidade ao Divino. 
O que é maravilhoso neste processo é que à medida que retornam começam a descobrir que quando se aproximam da Deusa mãe, os quatro caminhos unificam-se. Então, depois do ciclo divergente e expansivo, quando as quatro deusas retornam ao centro, os quatro caminhos que antes eram completamente independentes e fragmentados começam a unificar-se e a fundir-se. Neste momento de retorno à Deusa, de retorno à fonte de onde emergiram, aquilo que eram quatro caminhos funde-se num e finalmente a Deusa Branca, a Tara Branca, Kuan Yin, a energia da Virgem Cósmica, pode atravessar a floresta ate chegar ao mundo dos Homens, a isto chamamos Jerusalém Celeste.
Então depois do ciclo dos quatro elementos animarem todo o processo histórico em que nos encontramos, as forças retornam ao centro, os caminhos convergem, unificam-se e a Deusa Mãe, o éter primordial, a guardiã dos códigos perfeitos da criação, o arquétipo síntese humano, pode apresentar-se directamente ao mundo dos Homens sem ter de se fragmentar em quatro. 
Chamamos Paraíso ao estado inicial a partir do qual as quatro deusas surgem e se afastam gradualmente da quinta: os quatro rios do Paraíso vão-se afastando da árvore da vida e da fonte. A árvore da vida corresponde à montanha e a fonte é a Deusa Primordial. Chamamos Jerusalém Celeste ao estado final em que os quatro rios, os quatro elementos retornam à origem, ao éter primordial e se tornam de novo límpidos, puros, transparentes segundo a lei da Virgem, a lei da precisão cósmica que contém a exactidão e a disciplina sem a qual a transparência não pode ser estabilizada nos corpos. Virgem em profundidade contém Peixes e Peixes em profundidade contém Virgem e tal como foi dito, um signo astrológico só encontra o seu nível espiritual quando contém o seu oposto; de outra forma a sua vibração permanece no nível psicológico. 
Este retorno das correntes psíquicas ao centro permite que a Deusa Mãe, a Luz Aeterna da condição inicial, na qual as correntes de sustentação do sistema se sobrepõem ao longo do bordado planetário, se torne cada vez mais forte. Neste acto de retorno a Virgem Primordial, esse imenso véu de luz branca cristalina, sobrepõem-se de novo ao bordado; trata-se de uma sobreposição vibracional através da qual se instala na atmosfera, na Terra e nos corpos a experiência tangível do Divino. 
Então, começamos como seres do Paraíso e as correntes do nosso ser vão na direcção do mundo diferenciando-se, dando-nos uma percepção múltipla e uma experiência cada vez mais fragmentada e, gradualmente a unidade vai ficando esquecida dentro de nós. No entanto, todas as nossas correntes psíquicas – Terra, água, ar, e fogo, que correspondem respectivamente aos corpos físico, emocional, mental, e espiritual – dependem do 5º elemento pois deles derivaram. Podemos dizer que esta quinta-essência, o éter primordial é a Virgem dentro de nós, a túnica nupcial de entrada na Jerusalém Celeste ou o veículo de reintegração cósmica. 
Enquanto tivemos os três centros de captação e transmissão passivos – as mãos, a voz e o olhar – somos seres cujos rios se estão a afastar do Paraíso; ou seja, não estamos a unificar os elementos num processo de retorno ao centro mas estamos a usá-los na fase em que as deusas estão a divergir num processo exploratório em que as quatro forças primordiais são utilizadas para animar e criar a diversidade de experiência no mundo. 
Ora, o trabalho de Lys está centrado em Kwan Yin, a guardiã da Deusa Branca, a Tara Branca. A radiação branco diamante de Kwan Yin está em profunda ressonância com a Tara branca do ocidente, Maria. Ambas são Virgem, porque guardam o poder de tornar transparentes e cristalinos os elementos constituintes de si mesmas, na grande cistule e diástole da história. 
O poder magnético de Virgem em Maria e Kwan Yin, incide sobretudo sobre a nossa natureza psíquica, não sobre a nossa consciência ou sobre o piloto do Paraíso que é a Mónada. Este aspecto atractor da vibração cristalina está ligado ao facto dos nossos corpos começarem a lembrar-se de que têm de retornar ao centro sagrado do ser e mergulhar na matriz cristalina de Maria ou de Kwan Yin. Um dos nomes associados à Tara Branca de Lys é Ishtar Iptin. À medida que, através de um processo de permissão, nos vamos deixando absorver no nível vibratório da Tara Branca dentro de nós, entramos na freqüência de Lys-Fátima. 
Lys-Fátima é o chamamento de retorno ao éter primordial e ao estado primordial do ser humano, no qual não existe nenhuma distorção de detalhes no bordado imaculado da Deusa Mãe. Digamos que as forças de manifestação dividem as deus em quatro e Lys-Fátima contém a energia de convergência, de unificação das quatro potencias na quinta-essência, o éter primordial, para um nova sobreposição do véu da criação sobre os bordados da criação. Lys-Fátima é o retorno ao manto transparente branco cristalino e a história é o processo de contactar o bordado. 
Quando estamos indo para o mundo, os rios estão a afastar-se do Paraíso, mas Lys-Fátima guarda o acesso à Jerusalém Celeste, quando as quatro deusas retornam à Deusa Mãe e os quatro caminhos unificam-se num só. A partir desse momento, a Deusa pode majestosamente vir da sua montanha branca para viver unificada com os Homens, para os Homens e através dos Homens. O retorno da Deusa Mãe não é o retorno de Madalena, nem de Afrodite, porque quando a Deusa finalmente aparece unificada para os Homens, personificada como a MÃE DIVINA, já não se chama éter primordial ou Ísis, mas Sophia. 
Sophia tem o caráter final, ela é a Lux Aeterna que depois do longo processo de diferenciação reaparece no fim do ciclo, branca, transparente, cristalina. Sophia é o brilho dos dias, a extrema poética de Deus, é a mulher que atravessa a floresta, já unificada, porque completou o caminho. 
A integração dos nossos corpos numa vibração homogênea, que corresponde à terceira iniciação, é a activação de Sophia ao nível da personalidade, Sophia não acontece na consciência superior onde a energia crística é revelada, já plenamente integrada na mente, no sentimento e no corpo; está antes ligada a esta qualidade de precisão e de síntese que a nossa natureza precisa desenvolver ate ao nível do Corpo de Luz. 
À medida que nos aproximamos da fase da Jerusalém Celeste, um indivíduo pode ter dias em que está mais no Paraíso ou seja, num momento de “retiro” onde aprofunda a conexão com o núcleo sagrado de si mesmo; e dias onde está já Jerusalém celeste, onde essa energia do Paraíso se exprime na dinâmica da personalidade e da existência na Terra. Há também dias, em que não está nem no Paraíso nem em Jerusalém, mas algures perdido na experiência do mundo. 
Á medida que as energias quádruplas de um ser estão a convergir, a retornar a cada da Mãe, ele está-se a fundir de novo com a substancia do éter primordial e finalmente quatro pontos do corpo podem ser transmutadas para a transmissão das correntes de sustentação do sistema. 
Esses quatro pontos representam, a fusão, em nós de cada um dos quatro elementos com o quinto: água com o 5º elemento, fogo com o 5º elemento, Terra com o 5º elemento e ar mais o 5º elemento. O retorno da deusa é o retorno da vibração cristalina, desse 5º elemento, o éter primordial, que, ao misturar-se alquimicamente com os outros traz transparência, brilho, pureza e fundamentalmente cura. Os quatro pontos ligados à formação de um curados cósmico que opera com a plasmagem desse 5º elemento alquímico e unificador são: mãos-Terra, água-coração; ar-voz; fogo-olhar. 
Portanto os quatro portais microcósmicos que Lys vai abrir nos próximos tempos, em que Portugal se encontra em plena iniciação, são: as nossas mãos, o nosso olhar, a nossa voz e o nosso coração, unificados em uma aura transparente: a túnica de Lys. 
São estes os veículos de captação e transmissão das forças dos quatro elementos, já não na fase de afastamento mas sim na fase de retorno à árvore da vida, Á medida que este estado de síntese acontece, o indivíduo começa a transmitir o 5º elemento. 
Esta é a formação sacerdotal feminina de cura, a cura dos corpos pela reposição do éter primordial. A iniciação sacerdotal feminina nos mistérios de Lys-Fátima implica o retorno destes quatro sensores do Paraíso em nós e a retransmissão, não da energia do Paraíso inicial indiferenciado, mas a vibração do Paraíso que resulta da combinação da função de Virgem e Peixes, união e precisão, que dão emergência à Jerusalém Celeste. 
Os portais que vão ser abertos no interior dos seres são: o olhar através do qual transmitirmos o fogo de Lys-Fátima sob a forma de entusiasmo, de uma certeza e coragem na vida absolutamente irredutíveis. Este nosso olhar está receptivo às correntes do mundo ou está a transmitir as correntes da Jerusalém Celeste, que emanam do Espelho de Lys. O olhar é simultaneamente o receptáculo por onde entram as imagens do mundo e o emissor por onde saem imagens vivas, uma radiação de fogo, vindo do futuro extremo, pois os olhos estão ligados o futuro-eternidade. O nosso olhar está a ser purificado, está a ser preparado para atingir a freqüência de ligação entre o fogo e o éter primordial, combinação que resulta num quadrado transparente. 
Esta iniciação sacerdotal acontece à medida que vai sendo retirado dos nossos olhos o que resta da vibração da velha Terra, ate que a transparência de Lys possa actuar através dos sensores interdimensionais da íris, levando o ser a transmitir o futuro a partir dos seus olhos, através da transmissão de campos eletromagnéticos que emanam a modelação da consciência do seu ser. 
A nossa voz, a nossa oralidade vai ser limpa da freqüência da mediocridade, e a ressonância da voz vai associar-se a transparência dos mundos internos que é transparência do ar já profundamente ligado à quinta-essência, o éter primordial. 
O coração neste momento é o centro mais avançado dos quatro pois já está procurando exprimir a sua vibração da transparência; o coração vai continuar a ser purificado pela energia balsâmica do éter primordial. 
As nossas mãos ainda têm muita coisa a elas agarrada, tudo aquilo que queremos e não temos, medos, apegos, desejos. O trabalho passa por incluir estes quatro sensores no campo vibratório do mundo interno, trata-se de transmitir o éter primordial através destes centros de captação e irradiação do ser. 
Enquanto são as correntes do mundo que entram em nós, através dos nossos olhos, as correntes psíquicas saem. Esta entrada do mundo em nós em função da saída das nossas correntes psíquicas inverte-se quando as correntes psíquicas se dirigem para dentro e o que está no centro transborda para fora. À medida que o ser realiza esta conversão e as correntes da psique para dentro, o que está dentro, no centro sagrado do ser, começa a emanar para fora; quando o ser vira a psique para fora o que está fora entra dentro. 
Chamamos saída do Paraíso à fase da consciência em que viramos correntes da psique para fora para receber o mundo; e chamamos Jerusalém Celeste à fase em que as correntes psíquicas entram dentro, no âmago sagrado do ser, para a descida do arquétipo síntese do ser e da cidade sagrada. 
Lys é a guardiã do retorno ao éter primordial que coloca nas nossas mãos, no nosso olhar, na nossa voz e no nosso coração a vibração branco diamante, uma unção profundamente balsâmica e curadora. 
A natureza do trabalho que estamos a abordar gira em torno do retorno do éter primordial a estes quatro pontos de transbordamento da energia do ser: o olhar, a voz, as mãos e o coração. À medida que isto vai acontecendo basta um olhar para todas as dúvidas se dissiparem, para que toda a hesitação e patologia comecem a retroceder. 
Esse olhar é transmitido com o sentido de autoridade de uma sacerdotisa formada e conectada com Lys. Quando o olhar estiver formado, a energia do fogo que o olhar transmite, a fé e a coragem, combinadas com a energia balsâmica do ter primordial retiram qualquer dúvida o hesitação da psique humana. No entanto, como as pessoas ainda têm dificuldade em lidar com a realidade interna, este olhar curador e regenerador é cada vez mais adiado na nossa sociedade. 
Ao mesmo tempo o centro da garganta está a ser purificado, o timbre da voz está a ser ajustado a sua tonalidade, está a ser sintonizado à vibração do corpo de luz, até que a vibração do éter primordial possa emergir através da laringe combinada com o azul. O mesmo se passa com o coração e com as mãos. Portanto, uma sacerdotisa é um ser que extrai, transmite e irradia o brilho da vida. 
O nosso olhar tem dois modos, ou exprime espanto, dúvida, insegurança ou exprime uma dinâmica de reflexão. Se o olhar está ligado ao corpo de luz deixa de ser apenas um receptor e passa a ser um centro emissor de luz; se o olhar está conectado com o corpo de luz torna-se um transmissor do éter primordial; se as mãos, o coração e a voz estão conectadas com o corpo de luz tornam-se transmissoras do éter primordial. A corrente de fogo branco diamante do éter primordial atravessa o ser e o seu olhar, a sua voz, as suas mãos e o seu coração entram num transbordamento dessa radiação cristalina e transparente. 
No caso da voz, é o timbre que determina o que o ser está a transmitir. O importante, não é tanto o que está a dizer, mas a qualidade, o timbre da voz, que revela o lugar a partir de onde a pessoa está a falar. O nosso olhar pode ou não remeter as pessoas para essa tremenda força de integração que é o éter primordial. 
A energia de Virgem que Portugal está a dissolver já esteve presente noutros lugares da Terra, a Bolívia, o Peru, o Canadá, os índios Sioux, os Esquimós, os Celtas, os Sufis, os Essenios, o Hopi e os Kogi. 
O trabalho essencial dos Lusos é aprender a deixar operar a dinâmica da luz, é voltar a sincronizar o físico, o emocional, o mental e o intuitivo com essa vibração de uma transparência total que é o éter primordial. 
À medida que nos aproximamos dessa qualidade de transparência, o campo electromagnético libertado pelo ser é idêntico a Sírius. A terceira iniciação da Terra corresponde à 1ª iniciação de Sírius e na preparação para esse estado estão começando a ser retiradas as membranas redutoras da potência no nosso olhar, na nossa voz, nas nossas mãos e no nosso coração, para uma parti-cipação colorida no branco transparente do éter primordial. 
A partir daí é a própria corrente de Lys que flui através do ser, fazendo com que este comece a espelhar essa freqüência vibracional, recapitulando toda a história, ajustando o princípio e o fim, nesse momento abre-se um portal. Só quando o fim e o princípio se ajustam novamente é que a porta para Sírius se abre. 
Um curador, um ser espelho, um sacerdote tem de vestir a túnica vibracional do éter primordial; e então começa a ver mais o véu branco cristalino no qual o mundo foi bordado e é isso que lhe vai dando a autoridade e poder para curar. 
(Conferência transcrita directamente da linguagem oral – gravado ao vivo em Lisboa, fevereiro de 2008)
[André Louro de Almeida, em Terra Última, páginas 540-555]

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